Em 18 de março de 1967, Caraguatatuba, no Litoral Norte de São Paulo, enfrentou uma das maiores tragédias naturais de sua história. Chuvas intensas causaram deslizamentos e enchentes que deixaram a cidade isolada, sem acesso por terra e sem comunicação com o restante do país.
Durante quase duas semanas, a população viveu sob um cenário de destruição: casas soterradas, estradas bloqueadas, desaparecidos e o risco constante de novos deslizamentos. Nesse contexto, um gesto simples, mas decisivo, rompeu o silêncio e mudou os rumos da crise.
Thomaz Camanis Filho, morador da cidade e operador de rádio amador, conseguiu improvisar uma transmissão de socorro ligando seu equipamento a baterias, já que a cidade estava completamente sem energia elétrica.
Usando o código internacional “S.O.S.”, ele conseguiu enviar uma mensagem que foi captada por uma embarcação na costa e, em seguida, levada à Delegacia dos Portos, em Santos. A partir daí, o alerta chegou às autoridades, que iniciaram as operações de socorro.
A atitude de Camanis Filho quebrou o isolamento de Caraguatatuba e levou a tragédia para o noticiário nacional. A mobilização foi imediata, com doações chegando de diversas partes do Brasil.
Em reconhecimento, uma praça no Jardim Primavera foi batizada com o nome de Thomaz Camanis Filho. Conhecida como “Praça do Rádio Amador”, o local é símbolo da importância da comunicação em momentos de crise.
Mais do que uma transmissão de emergência, o gesto foi histórico: um sinal emitido por um rádio rompeu o isolamento, mobilizou o país e salvou vidas.
Foto: Thomaz Camanis Filho / Reprodução Facebook
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