Cleópatra (1963): luxo, caos e o preço de uma superprodução histórica.

Lançado em 12 de junho de 1963, Cleópatra entrou para a história não apenas por sua grandiosidade, mas também pelos inúmeros problemas enfrentados durante sua produção. O orçamento, inicialmente estimado em 2 milhões de dólares, saltou para 44 milhões, incluindo 31 milhões destinados às filmagens e 13 milhões em publicidade e distribuição.

A produção foi marcada por trocas de diretor e elenco, mudanças de locações de Londres para Roma, reconstruções de cenários e o escândalo envolvendo o relacionamento entre Elizabeth Taylor e Richard Burton, que começou nos bastidores e gerou grande repercussão na mídia, impactando a imagem do filme e da própria Taylor.

Apesar dos bastidores conturbados, Cleópatra se tornou o filme de maior bilheteria de 1963 nos Estados Unidos e no Canadá, arrecadando 57,7 milhões de dólares. No entanto, a 20th Century Fox obteve apenas cerca de 40,3 milhões em retorno, valor insuficiente para cobrir os custos totais. O estúdio só conseguiu recuperar o investimento em 1966, com a venda dos direitos de exibição para a televisão.

Dirigido por Joseph L. Mankiewicz e estrelado por Elizabeth Taylor como Cleópatra, Richard Burton como Marco Antônio e Rex Harrison no papel de Júlio César, o filme recebeu nove indicações ao Oscar, incluindo a de Melhor Filme, e venceu em quatro categorias: Direção de Arte, Fotografia, Figurino e Efeitos Visuais.

A trama se baseia no livro de Carlo Maria Franzero, além de fontes clássicas como Plutarco, Suetônio e Apiano. O filme apresenta uma reconstituição visual rica e ambiciosa, com cenários grandiosos e figurinos luxuosos. A narrativa percorre eventos cruciais da história antiga, como a relação de Cleópatra com Júlio César e, mais tarde, com Marco Antônio, culminando na derrota frente às forças de Otávio e no trágico fim da rainha egípcia.

Embora tenha sido criticado por sua longa duração, próxima de quatro horas, e por priorizar o espetáculo em detrimento do desenvolvimento dramático, Cleópatra continua sendo uma referência no cinema épico.

Elizabeth Taylor e Richard Burton em "Cleópatra" (1963) - Divulgação/Vídeo